sábado, 28 de maio de 2011

Bonecas de papel

Ela colecionava bonecas de papel, e as escondia entre segredos e fantasmas. Guardava em sua casa agulhas, saudades e marcas do tempo.
Não temia a solidão, temia espaços pequenos e sujeira nos cantos. Temia também a sensação de perder o controle de seu próprio corpo, pois sabia que corpo é selvageria, que altura é vertigem e vontade de conhecer abismos. Ela não olhava para debaixo da janela. Preferia horizontes, e eu (ele), a queda.
Ele(eu) não colecionava nada, a não ser os próprios vicios, que assim como o ato de colecionar bonecas ou moedas, é uma maneira de sobreviver a si (ao mundo).

sexta-feira, 13 de maio de 2011

para esconder vazios


Ele tinha a sensação que podia esconder seus vazios da mesma maneira que via em filmes de aventura. Imaginava que vazios podiam ser tapados como buracos em meio da floresta. Encheu-se de folhas. Escondeu-se atrás de papéis, que logo viraram palavras.

A sua-minha voz alegre contradiz toda minha-sua melancolia. Sorria como quem procurava algo, caminhava como quem se perde, chorava como quem se re-partia.

Sentia-se como rascunho. E era por isso, ele, sempre uma tentativa. Solidão é desenho rabiscado em pedaços do corpo. SOlidão é esperacinza. Solidão é desejo sem pontos. Solidão rasga______________________________