domingo, 3 de julho de 2011

uma conversa sobre tatuagens

Ainda não sei se consigo sentar ao teu lado, abrir o estômago, embrulhar o estômago. Desaprendi a dirigir como perdi novamente o controle. Meus ossos, tão rígidos se tornaram frágeis como aquela banal conversa sobre tatuagens e furos nas orelhas.

Não há amor sem palavra, e segundo aquela autora que você ainda não conheceu, toda palavra é tatuagem. Você falava de brincos e tatuagens enquanto meus órgãos, visceras e coração passeavam em roda gigante pelo meu corpo. A clichê espressão "o coração que sai pela boca" tornou-se carne.

Não há amor sem tatuagem, vc me disse então. E logo em seguida perguntou se minha pele era lisa, quero dizer, sem desenho algum, por medo de amarcair.

Não ha amor sem cicatriz, te respondi. E ali mesmo, tirei minha blusa e lhe mostrei cada marcamor que tive pela vida